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BNC-FORMAÇÃO

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Uma base pensada para preparar o docente”

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O que contemplam os documentos elaborados pelo MEC com as diretrizes – tanto para o início da carreira dos professores quanto para o aprendizado contínuo em sua jornada profissional

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[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Apesar de ser um anseio antigo do segmento educacional brasileiro, é inegável que a discussão e gradativa implementação da Base Nacional Comum Curricular (BNCC) despertou, também, a discussão sobre formação dos professores.


Afinal, como discutir a inserção de novos conteúdos e competências na estrutura de educação sem conferir um olhar mais cuidadoso ao emissor dessas mensagens, personificado na figura dos docentes.


Foi com esse objetivo que nasceram os textos da Base Nacional Comum para a Formação Inicial (BNC-FI) e da Base Nacional Comum para a Formação Continuada (BNC-FC), aprovados pelo Conselho Nacional de Educação (CNE), do Ministério da Educação (MEC), respectivamente, em 2019 e 2020. Desde então, discutem-se as possibilidades de aplicação e adaptação das propostas em cada uma das matrizes.


“É preciso ter clareza do cenário que estamos vivendo e de qual professor vamos precisar”, observa o membro do CNE Mozart Neves Ramos, referindo-se a uma realidade disruptiva, onde o professorado engrossa a categoria de profissões que terão de absorver novas habilidades e competências. “Os docentes deveriam preparar o aluno para o futuro do aluno, e não para o passado do professor, como dizia o matemático americano Richard Hamming”, pontua.
O pesquisador, que é titular da Cátedra Sérgio Henrique Ferreira do Instituto de Estudos Avançados da USP de Ribeirão Preto, foi um dos nomes que participaram do desenvolvimento do texto das duas publicações normativas.

 

FORMAÇÃO VERSUS REALIDADE

 

De acordo com Ramos, uma das preocupações marcantes durante a elaboração da BNC-Formação estava estritamente ligada na aproximação entre esses dois mundos: a formação docente e a realidade da escola.
“Tínhamos como ponto de partida alguns desafios que as pesquisas revelavam, entre eles que os currículos da formação inicial no Brasil não se voltavam para as questões ligadas ao campo do exercício profissional, não observavam uma relação efetiva entre teoria e prática e tinham uma característica fragmentária e um conjunto disciplinar bastante disperso”, conta.


Isso motivou que a resolução valorizasse a prática profissional desde o início do curso, propondo a criação de Unidades Integradoras de Formação, para romper com a fragmentação curricular atual e incentivar a interdisciplinaridade.


Além disso, recomenda reforçar, mediante instrumentos formais de cooperação, a participação de professores da educação básica na formação dos futuros professores. “Entendemos que é fundamental criar uma ponte orgânica entre as instituições formadoras e as redes e sistemas de ensino da educação básica”, diz.

 

INICIAL

 

Com uma proposta que estabelece mudanças nos cursos de pedagogia e licenciatura, a BNC- -Formação Inicial joga luz em pilares que enfatizam temas como: as competências gerais previstas na BNCC-Educação Básica, as aprendizagens essenciais aos estudantes, nos aspectos intelectual, físico, cultural, social e emocional de sua formação, tendo como perspectiva o desenvolvimento pleno das pessoas e a educação integral.


Sobre os recém-formados, o catedrático ressalta a existência de uma lacuna entre sair da graduação e iniciar na profissão. “O grupo sente muito não ter uma preparação prévia com base numa residência docente, de ter um conhecimento da escola em que vai lecionar, do seu projeto pedagógico, de ter um mentor ajudando nesse processo inicial de inserção”, observa.


Os países que estão no topo da educação mundial, segundo o professor, investem fortemente nisso. “A Finlândia tem um belo trabalho de residência pedagógica; deveríamos seguir o mesmo exemplo da medicina: um médico no Brasil antes de clinicar passa por essa etapa; por que não fazemos o mesmo com o professor?”, compara.

 

FORMAÇÃO CONTINUADA

 

O segundo grupo, ou seja, aqueles que já estão exercendo atividades do magistério, destaca, sentem muito a necessidade de ter referenciais docentes para o seu desenvolvimento e uma formação continuada compatível com a dinâmica do processo de ensino e de aprendizagem.


“No Parecer da Formação Continuada consideramos como medida eficaz para a garantia da qualidade docente – e para a atratividade de talentos para a profissão – que os cursos e programas oferecidos pelas redes de ensino estejam articulados a expectativas claras do que o professor precisa saber”, afirma.


Para Ramos, isso significa ter o necessário para que esses profissionais sejam capazes de saber o que fazer em cada estágio de sua carreira. E mais: que eles tenham oportunidade de promoção quando desenvolvem os referenciais esperados para tal progressão.


Enquanto estratégia, o que propõe a BNC-Formação Continuada é diferente do documento anteriormente citado. “Precisamos reconhecer que um professor em início de atividade vai precisar de competências e habilidades que são distintas daquelas dos que já estão no exercício do magistério”, explica.


No texto, isso se reflete no conjunto das matrizes de competências específicas e suas respectivas habilidades no corpo do Parecer e da Resolução das BNC de Formação Inicial e Continuada, mas tais matrizes, por sua vez, estão sedimentadas nas três dimensões: conhecimento, prática e engajamento profissionais.

 

DESAFIOS PARA A IMPLEMENTAÇÃO

 

Em um momento complexo, apesar de a normatização dos conceitos para as mudanças no processo de formação docente estar em um estágio bem estruturado, há gaps na execução dessas premissas no campo educacional.
“Têm sido anos difíceis, seja por conta da pandemia, mas também pela dificuldade de articulação do Ministério da Educação (MEC) com as redes e sistemas de ensino”, comenta Ramos.


O teórico exemplifica a situação citando as consequências de um edital lançado pelo MEC para promover a BNC-Formação. “O impacto foi muito pequeno, porque não ouviu as instituições formadoras, as redes e sistemas de ensino”, diz.


Por outro lado, o catedrático vê com bons olhos a articulação que vem acontecendo entre o terceiro setor e as redes de educação, não só no que se refere à implementação da BNCC, como na formação de professores para esses novos tempos. “Recentemente a Profissão Docente coordenou a elaboração de um belíssimo documento de apoio às redes para a formação de professores com base no que está posto nas nossas resoluções da Formação Inicial e Continuada”, cita.


Diante da modernidade e dos desafios propostos pela BNCC e os novos tempos, o membro do CNE alerta que, na maioria das vezes, o professor se prende mais ao retrovisor do que para onde aponta o farol. “Os professores não serão, na minha opinião, substituídos pelas novas ferramentas digitais, mas vão precisar saber usá-las no processo de ensino e de aprendizagem – o cenário atual e o futuro vão exigir cada vez mais um docente inovador, criativo, que saiba pensar fora da caixa e que leve os seus alunos ao desenvolvimento pleno”, conclui.
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