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DEFICIÊNCIA

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Trabalhar os impedimentos da aprendizagem

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Quando a deficiência era vista sob a ótica médica, a escola regular não era espaço de inclusão. Hoje, a abordagem é social e os professores precisam dar conta das aprendizagens do aluno

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[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Na maioria dos países, diferentes modelos definiram a educação das pessoas com deficiência: a segregação, a integração e a inclusão. A segregação caracteriza-se pela separação de crianças com deficiências para o ensino em escolas e classes especiais. Já a integração contempla algum grau de aceitação desses alunos, que podem frequentar escolas regulares, desde que se adaptem às condições que a instituição oferece. A inclusão reconhece o direito à educação, sendo as escolas responsáveis pelo ensino de cada aluno e levadas a realizar os ajustes necessários para garantir o acesso, a permanência e o aprendizado de todos.

Essa nova perspectiva se baseia no reconhecimento da diferença como característica humana e na compreensão da deficiência como fenômeno social. “Descobrir o que está dificultando o desenvolvimento das aprendizagens do estudante, identificar quais são as barreiras e trabalhá-las, faz parte da abordagem social”, expõe Rodrigo Bittencourt, mestre em educação pela Pontifícia Universidade Católica de São Paulo (PUC-SP).

Rodrigo compara trabalhar as barreiras sociais (da exclusão) e as barreiras intelectuais (da aprendizagem), na escola, da forma como se constrói uma barreira arquitetônica: no lugar da escada, monta-se um elevador ou uma rampa. A escola também precisa encarar os impedimentos da aprendizagem.

Entre as 20 metas estabelecidas pelo Plano Nacional de Educação (PNE), a meta 4, particularmente, diz respeito à educação especial: “universalizar, para a população de 4 a 17 anos com deficiência, transtornos globais do desenvolvimento (TGD) e altas habilidades ou superdotação, o acesso à educação básica e ao atendimento educacional especializado (AEE), preferencialmente na rede regular de ensino, com a garantia de sistema educacional inclusivo, de salas de recursos multifuncionais, classes, escolas ou serviços especializados, públicos ou conveniados”.

Rodrigo, que é também especialista em flexibilização curricular, avaliação e políticas públicas para educação básica, aponta que tão importante quanto o atendimento educacional especializado na escola é o coensino, que acontece quando o professor da sala de recursos com especialidade em alguma deficiência atua dentro da sala de aula regular, auxiliando o professor a identificar quais são as barreiras que impedem o desenvolvimento das aprendizagens do aluno.

Rodrigo fala da experiência que teve assim que se formou, numa escola em São Paulo, referência em educação especial inclusiva, com estudantes com paralisia cerebral e cognitivo preservado, síndrome de Down, deficiência intelectual, autismo e o quanto esse trabalho foi desafiador. Na primeira semana ele pensou em desistir. Tudo que trazia pronto e esquematizado, reproduzindo a escola que viveu, não atendia em nada àquela realidade. Mas decidiu aprender sobre provas e avaliações, e constatou quão equivocada era sua forma de avaliar, sem olhar para as especificidades.

“Aprendi que nunca se deve entrar numa classe sem um plano de aula”, indica Rodrigo, que possui especialização em altas habilidades/superdotação pela Universidade Estadual Paulista (Unesp – SP). O trabalho que Rodrigo realizou nessa escola foi baseado em planejamento. Fez um mapeamento de todos os estudantes e identificou as necessidades e os objetivos que seriam trabalhados. As reuniões entre as áreas eram semanais, pois as trocas ajudavam a conhecer o aluno, o seu estágio atual e sua evolução. “Muitas vezes lançamos mão de algum recurso que não funciona e é preciso recalcular a rota com rapidez. Por essa razão as reuniões de planejamento são tão importantes e montar o plano de aula é fundamental”, conclui Rodrigo.

 

A IMPORTÂNCIA DE FLEXIBILIZAR O CURRÍCULO

 

A educação voltada para a memorização de conteúdos não tem mais valor. Agora o foco é desenvolver um leitor crítico, a capacidade de abstração e cognição para resolução de problemas. O “saber fazer” é o que a escola deve fortalecer no estudante. “Não funciona entregar o livro para o aluno que possui sua capacidade leitora desenvolvida; é necessário olhar para todos e trabalhar juntos, flexibilizar pra todo mundo”, esclarece Rodrigo, que é coordenador nacional da área de avaliação educacional na FTD Educação.

O especialista relata que a escola tem que incluir, não é só matrícular, a inclusão se dá na flexibilização do currículo, entender que há um sujeito que é diferente, com potencial e direito à aprendizagem e que precisa ser desenvolvido em suas capacidades. Esse aluno necessita de outros recursos e tecnologias assistivas. A flexibilização para um serve para todos os outros. “Um professor de geografia reproduziu na sala uma espécie de tapete sensorial, representando o mapa com clima e vegetação, para que uma aluna com deficiência visual pudesse tocar e sentir com suas mãos e pés. Todos puderam ter essa experiência, até os professores das outras salas vieram experimentar. Esse é o lugar da flexibilização”, ilustra Rodrigo. A escola necessita de ajuda nessa caminhada e trabalhar com a família é fundamental, não no desenvolvimento das aprendizagens, mas no desenvolvimento da autonomia diária. Porque o que acontece na escola não pode só acontecer lá, precisa repetir-se também em casa, quando pensamos em rotina.

Ao se falar em salas de recursos e tecnologias assistivas, há muitos recursos para esses estudantes. É dever da escola acompanhar, e os professores precisam estudar e conhecer o que existe, pois, diante da dificuldade da escola em lidar com a diversidade, são necessários esforços adicionais para a reconstrução do seu modelo educativo, tendo como eixo o ensino para todos. [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]