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REALIDADE DO ENSINO
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Reflexão sobre a formação permanente de professores no Brasil
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Um olhar atento e crítico de uma especialista que, desde os anos 1970, participa de estudos pioneiros sobre a preparação de docentes
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[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]No livro Os cães ladram, uma coletânea de ensaios do escritor e jornalista norte-americano, Truman Capote, uma das narrativas é intitulada As musas são ouvidas. A expressão faz referência à fala de um então funcionário do alto escalão do Ministério da Cultura da extinta União Soviética, que declarava, na íntegra, que: “Quando os canhões são ouvidos, as musas se calam. Quando os canhões se calam, as musas são ouvidas”.
O panorama de estudiosos sobre a educação no contexto nacional, poucos carregam a biografia da pesquisadora Bernardete Angelina Gatti, quando o assunto é a formação docente. Egressa da Universidade de São Paulo (USP), ainda nos anos 1960 conheceu a realidade das instituições, lecionando para crianças e adolescentes da rede pública. Em seguida, partiu para a França, onde concluiu seu doutorado em psicologia N na Universidade Paris VII – Denis Diderot.
No início dos anos 1970, iniciou a carreira na Fundação Carlos Chaga (FCC), onde atua até hoje, como pesquisadora colaboradora, o que possibilitou uma longa jornada de estudos sobre a formação do professor brasileiro.
Direta e com uma visão antenada na realidade das salas de aula espalhadas pelo país, Gatti fala sobre temas relacionados à formação permanente do professorado, sob uma forte conexão com o dia a dia da profissão.
1- DIRETRIZES DEVEM NORTEAR E NÃO DELIMITAR
Na opinião da pesquisadora, quando as informações vêm na forma de pacotes, há o risco de elas “permanecerem empacotadas”.
“Acredito em normas mais amplas, que sinalizem algumas coisas, como um conjunto de ideias que norteiam a prática em sala de aula”, observa.
A professora salienta que todo tipo de material dessa natureza deve se apoiar em ideias fundamentais, pautadas pelas teorias educacionais, mas que, na execução, devem se alinhar às necessidades reais desses grupos.
2- A IMPORTÂNCIA DE OUVIR A ACADEMIA
“Tenho notado que, onde há gestores com uma visão ampliada e, também, maior formação e estudos, eles tendem a levar em consideração de forma mais direta os trabalhos desenvolvidos pela universidade”, comenta.
Por outro lado, aponta uma falta, por parte das instituições, de um sistema centralizado para difundir e dar capilaridade às suas ações e ideias para toda a rede. “Algumas dessas propostas estão em revistas muito especializadas ou, então, nas teses, nas prateleiras.”
3- A FORMAÇÃO CONTINUADA DEVE RESPONDER ÀS NECESSIDADES DE UMA REGIÃO
Para Gatti, os esforços relacionados ao tema da formação continuada devem jogar luz a características específicas de cada unidade escolar. “Deve responder, essencialmente, às necessidades de um certo tempo, em uma determinada região ou escola”, propõe.
É muito presente nas falas da especialista a importância da atuação municipal na condução desse preparo permanente. “A formação continuada é de construção local e regional. É preciso apresentar uma súmula que reúna os grandes trabalhos de pesquisa na área, e que seja um norte. Algo que leve a pensar: como os 5.570 municípios do Brasil vão se ajustar a uma regra única e igual?”
4- A PARTICIPAÇÃO DO TERCEIRO SETOR
“Tenho observado a numerosa contribuição de organizações não governamentais na rede pública e nos processos educacionais; um trabalho desenvolvido com pessoas que apresentam formação e competência para isso”, pontua.
No entanto, ressalta que o terceiro setor está ocupando um espaço que foi deixado pelas universidades, que poderia ser preenchido através do seu processo de extensão.
Outro ponto observado por Gatti é o papel de coparticipação nessas parcerias. “Acredito na iniciativa da sociedade civil em relação às gestões públicas quando há liberdade de escolha e de participar ou não de determinada medida; que sejam consultados e que possam contribuir”, finaliza.
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