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INFÂNCIA
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Na Itália, o direito à educação acompanha a criança desde o nascimento
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Os projetos de pesquisa e as reformas educacionais conduzidas na formação de professores para o público entre as idades de zero a seis anos na realidade do país
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[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Por um longo período, a organização das instituições de ensino para crianças entre zero e seis anos de idade na Itália obedecia a dois grandes eixos condutores, em separado: o primeiro englobava até os três e, o segundo, até os seis.
O ano de 2017, no entanto, marcou relevante reforma nacional do ensino infantil, ocasião em que esses dois caminhos foram unificados, e essa faixa etária, como um todo, passou a ser identificada como o primeiro segmento do sistema educacional italiano.
Apesar de ainda existirem diferenças na difusão de oportunidades para cada núcleo de idades nesse conjunto, há uma oferta para os educadores de cursos específicos, direcionados às necessidades dos alunos em cada trecho dessa jornada inicial – uma proposta que se enquadra com a essência do que seria a formação continuada naquele país.
“A vertente da aprendizagem ao longo da vida tinha sido identificada como um pré-requisito para o desenvolvimento de experiências educativas de qualidade, na consciência de que o profissionalismo educativo deve incidir continuamente na perspectiva de reflexão sobre as vivências”, reforça o espe cialista em Desenvolvimento Infantil e Políticas para a Infância, o professor e psicólogo italiano Aldo Fortunati.
O pesquisador é professor da Universidade de Florença, cidade onde é diretor da Área de Infância e Adolescência do Istituto degli Innocenti. Também ocupa a presidência de La Bottega di Geppetto – Centro Internacional de Pesquisa e Documentação sobre a Infância Gloria Tognetti, em San Miniato. Nos últimos 20 anos, coordenou projetos de pesquisa e atividades de monitoramento de políticas em nome do governo nacional e dirigiu programas de cooperação internacional na América Latina.
VERIFICAÇÃO E INOVAÇÃO DO PROJETO EDUCACIONAL
No modelo atual, o recurso que eles chamam de “aprendizagem ao longo da vida” é uma característica que se aplica a docentes dessas duas etapas do ensino infantil italiano: no nido (0-3) e na scuola dell’infanzia (3-6). Tem o objetivo de remediar as diferenças persistentes nas qualificações educacionais oferecidas, com pelo menos 25 horas por ano (média de uma vez ao mês), de aperfeiçoamento na forma de trabalho remunerado – e não de um investimento pessoal e voluntário.
“Os coordenadores do sistema integrado 0-6 são os melhores protagonistas da organização da formação permanente de educadores, bem como os responsáveis pela implementação de formas adequadas de supervisão sobre o funcionamento normal dos serviços educativos e sobre a aplicação coerente e atualizada do seu projeto”, pontua.
DOCUMENTAÇÃO PEDAGÓGICA DO DOCENTE
Em suas abordagens, Fortunati defende o uso da documentação pedagógica do docente não apenas como ferramenta importante para educadores, mas como um elemento de verificação da qualidade do seu trabalho educativo.
“Precisamos documentar porque só o registro nos permite apoiar um processo de avaliação colegial e verificar qualitativamente as experiências, porque transforma impressões e avaliações pessoais em questões de discussão e comparação”, observa.
A documentação pedagógica tem o mérito e o valor de reconhecer e contar o sentido das experiências vividas pelas crianças e, portanto, focar não só a representação dos seus resultados, mas ser capaz de narrar o processo pelo qual a vivência decorre. “Palavras, lugares, fotografias, passagens gravadas podem, assim, constituir ingredientes de um conto e de uma história que acompanham o desenvolvimento das experiências e que constituem a base para discutir entre docentes e partilhar reflexões úteis com os pais”, comenta.
Os protagonistas dessa documentação são os professores, pois é preciso fazer parte da situação vivenciada.
Por outro lado, essa natureza de registro é válida quando é também fruto de comparação e discussão no seio do grupo educativo. “Para isso é imprescindível que o grupo não esteja só, mas conte com uma figura de coordenação e supervisão do sistema, que assume a função de facilitar a comparação e ao mesmo tempo interpretar um ponto de vista autoritário dentro do todo”, comenta.
O PAPEL DOS TUTORES
Levando em conta aquilo que o teórico chama de “ecologia educacional”, que representa o contexto em que essas experiências se desenvolvem, a educação não deve ser um processo de transferência de competências – de quem as conhece (o adulto) a quem ainda não as tem (a criança).
“É preciso apresentar um processo em que se ofereça um quadro organizado de oportunidades capaz de estimular os pequenos – e cada um deles, de uma forma diferente e original – a construir e desenvolver suas habilidades”, complementa.
Essas considerações, prossegue, mostram que a vida profissional do docente não se esgota na formação teórica básica, mas deve incluir uma parte em que o futuro educador seja acompanhado e colocado na vivência prática do papel do encontro com a criança, entrando, progressivamente, na situação e na função.
“A tutoria torna-se a parte final de um processo que vincula a vivência do estágio ao início de atividades profissionais reais, que é exatamente a mesma que sempre será alcançada ao longo do tempo por meio da função de supervisão”, explica, referindo- se a um olhar externo e competente, capaz de agregar pontos de comparação e, assim, fortalecer a identidade e as competências.
UMA FORMAÇÃO TEÓRICA DE ALTO NÍVEL
Para Fortunati, já passou da hora de se valorizar a função do professor como um todo, mas também de direcionar um olhar mais atencioso ao docente da educação infantil, que geralmente recebe menor salário por estar numa função que, por vezes, é considerada erroneamente como “coisa simples”.
“A questão ainda mais relevante é pensar que uma formação verdadeira e plenamente adequada é, sobretudo, aquela que nunca acaba, que não se esgota no básico; e que cultive a reflexão, a verificação e a perspectiva de mudança e inovação por meio de oportunidades que acompanhem a vivência do trabalho e da prática educativa, oferecendo oportunidades e tempo para isso”, enfatiza.
Nesse caso, ao falar das crianças, o especialista reforça a importância de garantir a esses docentes a estrutura de trabalho para a formação permanente, para documentar, discutir juntos e, se possível, também para lidar com outras experiências.
“Só uma dimensão costumeira de reflexão pode, de fato, sustentar um profissionalismo capaz de ocorrer e se fortalecer no tempo, evitando a repetitividade rotineira e irrefletida de hábitos – e possibilitando abertura até o terreno da experimentação e da pesquisa inovadora”, conclui.
O PROTAGONISMO EM SAN MINIATO
Fase marcante da biografia de Aldo Fortunati relaciona-se com o projeto educacional infantil do pequeno município (ou comuna) de San Miniato, localizado na região da Toscana, Itália.
A abordagem utilizada oferece aos pequenos estudantes a oportunidade de protagonismo no processo educativo. Ao redor deles, professores são formados especialmente para essa experiência, além da participação das famílias e da administração.
As dinâmicas acompanham um modelo aberto de aprendizagem, com foco na memória do que ali está se desenvolvendo.
Em San Miniato, as creches têm um público final muito mais amplo: a própria comunidade.
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