[vc_row][vc_column][vc_empty_space][/vc_column][vc_column][vc_column_text]
INCLUSÃO
[/vc_column_text][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_single_image image=”10117″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]
Formação docente e outras barreiras para a educação inclusiva
[/vc_column_text][vc_column_text][/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”vc_default”][vc_column css=”.vc_custom_1534730699674{background-color: #ffffff !important;}”][vc_column_text]
A busca pela igualdade e os desafios a serem vencidos dentro e fora da sala de aula
[/vc_column_text][vc_empty_space][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]O número de matrículas da educação especial no Brasil chegou a 1,3 milhão – um aumento de 26,7% em relação a 2017, de acordo com dados do Censo Escolar da Educação Básica 2021, realizado pelo Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep).
O índice referente aos estudantes com deficiência, transtornos do espectro autista ou altas habilidades matriculados em classes comuns tem aumentado ano a ano. No entanto, há uma escassez de profissionais que compreendam e atuem na perspectiva inclusiva, conforme observa a psicopedagoga e assistente técnica de educação da Secretaria Municipal de Educação de São Paulo, Dianna de Melo e Silva.
“Do que tenho acompanhado nas escolas, muitos docentes não se sentem seguros quando possuem, na turma em que lecionam, algum estudante com deficiência. Parte dessa insegurança, de fato, tem a ver com o aspecto formativo, porque o que nos é desconhecido causa estranheza”, explica.
Nos últimos anos, os cursos de licenciatura implementaram em sua grade curricular a disciplina de educação especial, que traz algumas contribuições sobre essa discussão, mas que, segundo a docente, ainda não é suficiente.
“O educador deveria ter acesso a uma formação continuada, para colaborar ainda mais com a perspectiva inclusiva. Muitos professores não sabem por onde começar esse atendimento, nem mesmo o que devem fazer”, alerta.
O PAPEL DA TECNOLOGIA
As novas formas de tecnologia são instrumentos para eliminação de barreiras e promoção da autonomia das pessoas com deficiência, explica Melo e Silva. “Isso se aplica desde uma prótese moderna até um aplicativo de celular, que lê um distexto para alguém com deficiência visual ou pessoas com cegueira”, exemplifica.
É possível notar, complementa, como a tecnologia reduz a distância entre um intérprete de Libras e a pessoa surda que necessita do recurso durante uma consulta, por exemplo. “Eles se comunicam por videoconferência e as barreiras linguísticas são eliminadas”, diz.
Cita, ainda, as possibilidades da tecnologia assistiva, que são ferramentas, serviços e ideias que funcionam como recursos de acessibilidade para garantir a participação das pessoas. “Se uma criança não consegue segurar uma folha de sulfite com uma mão e, com a outra, fazer o desenho, podemos fixar o papel na mesa com fitas adesivas – esse movimento dá assistência a quem dela necessita”, exemplifica.
A BARREIRA ESTÁ NO AMBIENTE
Para a professora, escritora e especialista em educação especial Luciana Ferreira, uma premissa para discutir o tema da acessibilidade está na mudança de mentalidade sobre a questão. “Apenas quando passarmos a entender que a barreira está no ambiente e não na pessoa com deficiência e eliminarmos os obstáculos, estaremos promovendo- lhe o acesso em igualdade de condições com as demais pessoas, conforme preconizam as legislações vigentes”, pontua.
Na sua visão, falar sobre o direito à acessibilidade nas instituições também se refere a um movimento que acontece conforme demanda. “Somente quando os alunos adentram aos espaços é que as necessidades surgem, dando movimentação para que o que é de direito seja investido e cumprido – raras são as exceções que ofertam antecipadamente um ambiente acessível ao coletivo comum”, explica.
DESENHO UNIVERSAL
Para trabalhar a essência das propostas de acessibilidade nas escolas, a autora sugere um olhar macro, para um conceito oriundo da arquitetura, discutido originalmente nos Estados Unidos, por Ronald Mace, um usuário de cadeira de rodas que tinha como base, em seus projetos, ambientes e espaços que fossem livres de barreiras: o Desenho Universal.
“O objetivo central é que nada seja construído ou pensado que não possa ser usado como acesso universal, de maneira autônoma e segura, independente das condições físicas e sensoriais de qualquer pessoa”, comenta.
“Os conhecimentos produzidos por intermédio de pesquisas das ciências da aprendizagem, da neurociência e das mídias são ferramentas apresentadas como proposição à remoção de barreiras e garantia de que todos os alunos tenham aprendizagem significativa e desafiadora, estudantes com e sem deficiência, além de promover o acesso ao currículo considerando as singularidades nas diferentes formas de acesso ao conhecimento em decorrência da aprendizagem”, diz.
VISÕES DE FUTURO
“Todo movimento cultural e social não acontece de um dia para o outro”, aponta Ferreira, que afirma já ter visto muitas mudanças. “Ver as pessoas com deficiência dividindo os espaços sociais, ainda que existam preconceitos e barreiras circulando e a serem vencidos certamente já garante termos parte grandiosa de uma conquista histórica”, ressalta.
As professoras Ferreira e Melo e Silva participam do desenvolvimento do Guia para Inclusão, para apoiar parceiros da FTD Educação, com lançamento previsto para 2023.
COMO A INCLUSÃO VEM SENDO DEBATIDA NAS SALAS DE AULA?
O questionamento é feito pelo especialista Deives Rezende Filho. “Se buscamos transformação para nossas crianças e adolescentes precisamos urgentemente recomeçar a construção de forma orgânica e genuína, ou seja, dentro da sala de casa e da sala dos professores”, ressalta. A indagação parte do princípio de que casos de racismo e preconceito a pessoas com deficiência ainda são registrados no ambiente escolar brasileiro.
De acordo com o CEO e fundador da consultoria Condurú, esses assuntos não chegaram às pessoas de forma orgânica e genuína. “Quando nos deparamos com salas de aula sem docentes negros e negras, principalmente no ensino privado, podemos inicialmente questionar se o corpo diretivo tem conhecimento da representatividade e sua importância para o desenvolvimento psíquico e emocional das crianças e adolescentes”, pontua.
Para Rezende Filho, é momento de rever a forma como esses temas são falados e vividos desde o ambiente familiar até o convívio social. “Precisamos ter em mente que as agressões (físicas ou psicológicas) são na escola e, se não pararmos para pensar e repensar, as agressões em muito breve serão às escolas”, finaliza. [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]