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BASE NACIONAL COMUM CURRICULAR

[/vc_column_text][vc_separator color=”custom” accent_color=”#e61877″][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_single_image image=”6147″ img_size=”full” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]

HABILIDADES SOCIOEMOCIONAIS: PRECISAMOS FALAR SOBRE ISSO…

[/vc_column_text][vc_column_text]A ESCOLA PRECISA SER AGENTE PARA QUE OS ESTUDANTES APRENDAM A CONVIVER E A VALORIZAR AS DIFERENTES FORMAS DE PENSAR E SENTIR O MUNDO, A PRODUZIR E A COMPARTILHAR CONHECIMENTOS E A SE RELACIONAR[/vc_column_text][vc_column_text]

Por Luciana Alvarez

[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]A função da escola é garantir que os alunos aprendam matemática, português, ciências, história, geografia, educação física… Certo?

Penso que sim, não cabe tirar da escola esse papel, já que ela é a instituição encarregada de transmitir às novas gerações os saberes construídos durante milênios pela humanidade. Mas, com certeza, não é a sua única função social…

Nas últimas décadas, vêm crescendo as reflexões sobre a necessidade de incluir, nos objetivos da escola, ações intencionalmente voltadas ao desenvolvimento integral dos estudantes, especialmente no que diz respeito às habilidades socioemocionais, que haviam sido deixadas de lado pela escola “tradicional”.

Por que essa preocupação está cada vez mais na pauta dos educadores? A quais mudanças da sociedade ela está respondendo? A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada em dezembro do ano passado, contempla esse tema? De que maneira? Como a escola pode proceder para cumprir esse novo papel?

Vejamos…[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]A escola tradicional, a verdade única e o foco na cognição

Função da escola é garantir que os alunos aprendam matemática, português, ciências, história, geografia, educação física… Certo?

Penso que sim, não cabe tirar da escola esse papel, já que ela é a instituição encarregada de transmitir às novas gerações os saberes construídos durante milênios pela humanidade. Mas, com certeza, não é a sua única função social…

Nas últimas décadas, vêm crescendo as reflexões sobre a necessidade de incluir, nos objetivos da escola, ações intencionalmente voltadas ao desenvolvimento integral dos estudantes, especialmente no que diz respeito às habilidades socioemocionais, que haviam sido deixadas de lado pela escola “tradicional”.

Por que essa preocupação está cada vez mais na pauta dos educadores? A quais mudanças da sociedade ela está respondendo? A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada em dezembro do ano passado, contempla esse tema? De que maneira? Como a escola pode proceder para cumprir esse novo papel?

Vejamos…

 

A escola tradicional, a verdade única e o foco na cognição

A instituição escolar como a conhecemos no Ocidente, focada nos estoques cognitivos, organizada em disciplinas que dividem o conhecimento em áreas e estruturada em séries sequenciais, é uma invenção recente em termos de história da humanidade. Essa configuração respondeu muito bem às necessidades de formar mão de obra para a sociedade industrial que começava a se configurar no século XVIII, mas com certeza não contempla muitas das demandas decorrentes das mudanças ocorridas nas últimas décadas.

Em seu livro A formação do professor como compromisso político: mapeando o pós-moderno , o educador americano Joe Kincheloe afirma que “a escola nasceu para transmitir cultura sem comentários”. Ou seja, a instituição escolar se estabeleceu como o espaço social incumbido de transmitir, às novas gerações, o conhecimento acumulado, mas como se fossem verdades únicas e incontestáveis (portanto aculturais), produzidas por aqueles que eram considerados como os detentores do “poder do saber”: os cientistas.

Segundo Edgar Morin, filósofo francês, o pensamento científico clássico é calcado em três pilares:

A) SEPARABILIDADE. Os diferentes aspectos e componentes da realidade podem ser cindidos, pois o real é compreendido como uma somatória de relações lineares de causa e efeito. A separação entre o cientista e o objeto do conhecimento garante a neutralidade da ciência e, portanto, a produção de “verdades” neutras, que independem do contexto material, histórico, social e cultural em que são produzidas.

B) IMUTABILIDADE. O real é composto por relações lineares constantes, imutáveis, postas a priori, cabendo ao cientista apenas desvendá-las. 

C) SUPREMACIA DA RAZÃO. É apenas por meio da cognição que se produz conhecimento válido (“Penso, logo existo”, como diria Descartes…).

 

Esse modelo de ciência produziu, e ainda produz, de fato, muito conhecimento. Mas essa “ciência sem consciência”, como diz Morin, propiciou barbáries terríveis para a história da humanidade: as duas grandes guerras mostraram os perigos da intolerância que a “verdade única” impõe, e da produção de aparatos tecnológicos, possíveis graças a esses conhecimentos, que colocaram na mão dos homens o poder (literalmente) de destruir o planeta!

Ainda segundo Morin, não se trata de descartar o modelo clássico de ciência, mas de colocá-lo como uma dentre outras possibilidades igualmente válidas resgatando o caráter histórico e social da produção do conhecimento. socioemocionais, como por exemplo: buscar soluções criativas para novos (e velhos) problemas; captar, selecionar e analisar informações de maneira crítica; produzir novos saberes, capazes de responder às necessidades de uma sociedade em ritmo veloz de transformações; saber comunicar-se, saber ouvir e argumentar, trabalhar em equipe de maneira colaborativa; tomar decisões de forma responsável e ética, comprometendo-se com a construção de um mundo melhor.

Mas a escola continua, no mais das vezes, calcada na transmissão do conhecimento… Nossos alunos são nativos digitais: sua forma de se relacionar com a informação e com o conhecimento não é mais a mesma de 20 ou 30 anos atrás. Como bem diz Mario Sérgio Cortella, vivemos uma escola do século XIX, com professores do século XX e alunos do século XXI… Há um descompasso que precisa ser solucionado!

 

A escola do século XXI e as habilidades socioemocionais

Com o “encurtamento do planeta” (Morin) viabilizado pelo aprimoramento dos meios de comunicação e de transporte, é condição sine qua non para a sobrevivência da humanidade que aprendamos a conviver e a valorizar as diferentes formas de pensar e sentir o mundo, de produzir e compartilhar conhecimentos, de se relacionar consigo mesmo e com o outro. Ou seja, é necessário desenvolver o posicionamento crítico, as habilidades socioemocionais, o aluno enquanto “ser no mundo com os outros”, parafraseando Heidegger…

Vivemos tempos de globalização. No mundo do trabalho, cada vez mais são exigidas competências que envolvem habilidades não só cognitivas como também socioemocionais, como por exemplo: buscar soluções criativas para novos (e velhos) problemas; captar, selecionar e analisar informações de maneira crítica; produzir novos saberes, capazes de responder às necessidades de uma sociedade em ritmo veloz de transformações; saber comunicar-se, saber ouvir e argumentar, trabalhar em equipe de maneira colaborativa; tomar decisões de forma responsável e ética, comprometendo-se com a construção de um mundo melhor.   

Mas a escola continua, no mais das vezes, calcada na transmissão do conhecimento… Nossos alunos são nativos digitais: sua forma de se relacionar com a informação e com o conhecimento não é mais a mesma de 20 ou 30 anos atrás. Como bem diz Mario Sérgio Cortella, vivemos uma escola do século XIX, com professores do século XX e alunos do século XXI… Há um descompasso que precisa ser solucionado!

 

Big 5: uma proposta de organização das habilidades socioemocionais do ser humano

Inicialmente chamadas de “habilidades não-cognitivas” ou “soft skills”, as habilidades socioemocionais dizem respeito à construção de condições internas para que a pessoa possa lidar de maneira cada vez mais eficiente com as emoções (suas e dos outros) e com as interações sociais.

As mais recentes descobertas das neurociências vêm demonstrando o que diversas abordagens teóricas das ciências humanas já postulavam desde a segunda metade do século XX: emoção e razão não se dissociam. Nesse sentido, o termo “não-cognitivo” vem sendo abandonado a favor de “habilidades socioemocionais”, que integra em si mais duas facetas indissociáveis do ser humano: o emocional e o social.

Desde o pioneiro estudo de James Heckman, na década de 1960, inúmeras pesquisas procuram mapear quais são as habilidades socioemocionais, como mensurá-las e como desenvolvê-las. Os chamados “Big 5” constituem-se como uma proposta de organização dessas habilidades em cinco grandes domínios:

ABERTURA A EXPERIÊNCIAS: interesse e motivação para passar por novas experiências.

CONSCIENCIOSIDADE: responsabilidade pelas próprias atitudes nas situações.[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]A escola tradicional, a verdade única e o foco na cognição

Função da escola é garantir que os alunos aprendam matemática, português, ciências, história, geografia, educação física… Certo?

Penso que sim, não cabe tirar da escola esse papel, já que ela é a instituição encarregada de transmitir às novas gerações os saberes construídos durante milênios pela humanidade. Mas, com certeza, não é a sua única função social…

Nas últimas décadas, vêm crescendo as reflexões sobre a necessidade de incluir, nos objetivos da escola, ações intencionalmente voltadas ao desenvolvimento integral dos estudantes, especialmente no que diz respeito às habilidades socioemocionais, que haviam sido deixadas de lado pela escola “tradicional”.

Por que essa preocupação está cada vez mais na pauta dos educadores? A quais mudanças da sociedade ela está respondendo? A Base Nacional Comum Curricular (BNCC), aprovada em dezembro do ano passado, contempla esse tema? De que maneira? Como a escola pode proceder para cumprir esse novo papel?

Vejamos…

 

A escola tradicional, a verdade única e o foco na cognição

A instituição escolar como a conhecemos no Ocidente, focada nos estoques cognitivos, organizada em disciplinas que dividem o conhecimento em áreas e estruturada em séries sequenciais, é uma invenção recente em termos de história da humanidade. Essa configuração respondeu muito bem às necessidades de formar mão de obra para a sociedade industrial que começava a se configurar no século XVIII, mas com certeza não contempla muitas das demandas decorrentes das mudanças ocorridas nas últimas décadas.

Em seu livro A formação do professor como compromisso político: mapeando o pós-moderno , o educador americano Joe Kincheloe afirma que “a escola nasceu para transmitir cultura sem comentários”. Ou seja, a instituição escolar se estabeleceu como o espaço social incumbido de transmitir, às novas gerações, o conhecimento acumulado, mas como se fossem verdades únicas e incontestáveis (portanto aculturais), produzidas por aqueles que eram considerados como os detentores do “poder do saber”: os cientistas.

Segundo Edgar Morin, filósofo francês, o pensamento científico clássico é calcado em três pilares:

A) SEPARABILIDADE. Os diferentes aspectos e componentes da realidade podem ser cindidos, pois o real é compreendido como uma somatória de relações lineares de causa e efeito. A separação entre o cientista e o objeto do conhecimento garante a neutralidade da ciência e, portanto, a produção de “verdades” neutras, que independem do contexto material, histórico, social e cultural em que são produzidas.

B) IMUTABILIDADE. O real é composto por relações lineares constantes, imutáveis, postas a priori, cabendo ao cientista apenas desvendá-las. 

C) SUPREMACIA DA RAZÃO. É apenas por meio da cognição que se produz conhecimento válido (“Penso, logo existo”, como diria Descartes…).

 

Esse modelo de ciência produziu, e ainda produz, de fato, muito conhecimento. Mas essa “ciência sem consciência”, como diz Morin, propiciou barbáries terríveis para a história da humanidade: as duas grandes guerras mostraram os perigos da intolerância que a “verdade única” impõe, e da produção de aparatos tecnológicos, possíveis graças a esses conhecimentos, que colocaram na mão dos homens o poder (literalmente) de destruir o planeta!

Ainda segundo Morin, não se trata de descartar o modelo clássico de ciência, mas de colocá-lo como uma dentre outras possibilidades igualmente válidas resgatando o caráter histórico e social da produção do conhecimento. socioemocionais, como por exemplo: buscar soluções criativas para novos (e velhos) problemas; captar, selecionar e analisar informações de maneira crítica; produzir novos saberes, capazes de responder às necessidades de uma sociedade em ritmo veloz de transformações; saber comunicar-se, saber ouvir e argumentar, trabalhar em equipe de maneira colaborativa; tomar decisões de forma responsável e ética, comprometendo-se com a construção de um mundo melhor.

Mas a escola continua, no mais das vezes, calcada na transmissão do conhecimento… Nossos alunos são nativos digitais: sua forma de se relacionar com a informação e com o conhecimento não é mais a mesma de 20 ou 30 anos atrás. Como bem diz Mario Sérgio Cortella, vivemos uma escola do século XIX, com professores do século XX e alunos do século XXI… Há um descompasso que precisa ser solucionado!

 

A escola do século XXI e as habilidades socioemocionais

Com o “encurtamento do planeta” (Morin) viabilizado pelo aprimoramento dos meios de comunicação e de transporte, é condição sine qua non para a sobrevivência da humanidade que aprendamos a conviver e a valorizar as diferentes formas de pensar e sentir o mundo, de produzir e compartilhar conhecimentos, de se relacionar consigo mesmo e com o outro. Ou seja, é necessário desenvolver o posicionamento crítico, as habilidades socioemocionais, o aluno enquanto “ser no mundo com os outros”, parafraseando Heidegger…

Vivemos tempos de globalização. No mundo do trabalho, cada vez mais são exigidas competências que envolvem habilidades não só cognitivas como também socioemocionais, como por exemplo: buscar soluções criativas para novos (e velhos) problemas; captar, selecionar e analisar informações de maneira crítica; produzir novos saberes, capazes de responder às necessidades de uma sociedade em ritmo veloz de transformações; saber comunicar-se, saber ouvir e argumentar, trabalhar em equipe de maneira colaborativa; tomar decisões de forma responsável e ética, comprometendo-se com a construção de um mundo melhor.   

Mas a escola continua, no mais das vezes, calcada na transmissão do conhecimento… Nossos alunos são nativos digitais: sua forma de se relacionar com a informação e com o conhecimento não é mais a mesma de 20 ou 30 anos atrás. Como bem diz Mario Sérgio Cortella, vivemos uma escola do século XIX, com professores do século XX e alunos do século XXI… Há um descompasso que precisa ser solucionado!

 

Big 5: uma proposta de organização das habilidades socioemocionais do ser humano

Inicialmente chamadas de “habilidades não-cognitivas” ou “soft skills”, as habilidades socioemocionais dizem respeito à construção de condições internas para que a pessoa possa lidar de maneira cada vez mais eficiente com as emoções (suas e dos outros) e com as interações sociais.

As mais recentes descobertas das neurociências vêm demonstrando o que diversas abordagens teóricas das ciências humanas já postulavam desde a segunda metade do século XX: emoção e razão não se dissociam. Nesse sentido, o termo “não-cognitivo” vem sendo abandonado a favor de “habilidades socioemocionais”, que integra em si mais duas facetas indissociáveis do ser humano: o emocional e o social.

Desde o pioneiro estudo de James Heckman, na década de 1960, inúmeras pesquisas procuram mapear quais são as habilidades socioemocionais, como mensurá-las e como desenvolvê-las. Os chamados “Big 5” constituem-se como uma proposta de organização dessas habilidades em cinco grandes domínios:

ABERTURA A EXPERIÊNCIAS: interesse e motivação para passar por novas experiências.

CONSCIENCIOSIDADE: responsabilidade pelas próprias atitudes nas situações.[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”vc_default”][vc_column css=”.vc_custom_1534804268090{background-color: #1ab04b !important;}”][vc_column_text]“AS MAIS RECENTES DESCOBERTAS DAS NEUROCIÊNCIAS VÊM DEMONSTRANDO O QUE DIVERSAS ABORDAGENS TEÓRICAS DAS CIÊNCIAS HUMANAS JÁ POSTULAVAM DESDE A SEGUNDA METADE DO SÉCULO XX: EMOÇÃO E RAZÃO NÃO SE DISSOCIAM”[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_column_text]EXTROVERSÃO: orientação dos interesses e da energia para o mundo exterior.

COOPERATIVIDADE: atuação em grupo de modo cooperativo e colaborativo.

ESTABILIDADE EMOCIONAL: previsibilidade e consistência nas reações emocionais.

Assumindo-se que a função da instituição escolar deve abarcar o desenvolvimento integral dos estudantes em seus aspectos cognitivos e socioemocionais, a grande pergunta é: como promover, de maneira intencional, no dia a dia da escola, essas habilidades nos estudantes?

 

BNCC: um caminho para a inserção de habilidades socioemocionais na escola

A Base Nacional Comum Curricular, BNCC, homologada em 20 de dezembro de 2017, objetiva garantir a equidade e a qualidade da educação em todos os cantos do Brasil. O documento, construído com a participação de diversos setores da sociedade brasileira, explicita os direitos de aprendizagem de todos os alunos da educação infantil e do ensino fundamental, servindo como referência para que as escolas, tanto públicas quanto privadas, construam seus currículos.

Na introdução da BNCC, explicitam-se as concepções de conhecimento, de formação humana, de ensino e de aprendizagem que sustentam as diretrizes propostas para a educação no Brasil. Sua leitura permite identificar a preocupação com a inserção das habilidades socioemocionais, principalmente nas 10 Competências Gerais que se espera estejam presentes no fazer pedagógico, independentemente das áreas do conhecimento que estejam sendo trabalhadas.

Em todas as competências gerais, observam-se preocupações que envolvem o desenvolvimento socioemocional, uma vez o aluno é colocado como ser atuante que deve atribuir sentidos para suas aprendizagens, com compromisso ético e democrático para a construção de um mundo melhor. Afinal, a responsabilidade pelo destino da humanidade está nas mãos das próximas gerações!

Dentre as dez Competências Gerais da BNCC, quatro delas versam de maneira mais direta sobre habilidades socioemocionais:

COMPETÊNCIA 6: ressalta a valorização da diversidade, a tomada de decisões de maneira ética e responsável, a construção de um projeto de vida visando a entrada no mundo do trabalho.

COMPETÊNCIA 8: foca o autoconhecimento e o desenvolvimento da capacidade de lidar com as emoções – suas e dos outros.

COMPETÊNCIA 9: trata das relações interpessoais e do trabalho em equipe. COMPETÊNCIA 10: reforça o agir, de maneira individual e grupal, para a consolidação de uma sociedade democrática e solidária.

COMPETÊNCIA 10: reforça o agir, de maneira individual e grupal, para a consolidação de uma sociedade democrática e solidária.

Em suma, com a promulgação da BNCC, incluir no planejamento pedagógico ações voltadas ao desenvolvimento socioemocional não é mais uma opção: é uma exigência legal![/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row type=”vc_default”][vc_column css=”.vc_custom_1534805046639{background-color: #f59eb9 !important;}”][vc_column_text]1 Valorizar e utilizar os conhecimentos historicamente construídos sobre o mundo físico, social, cultural e digital para entender e explicar a realidade, continuar aprendendo e colaborar para a construção de uma sociedade justa, democrática e inclusiva.

2 Exercitar a curiosidade intelectual e recorrer à abordagem própria das ciências, incluindo a investigação, a reflexão, a análise crítica, a imaginação e a criatividade, para investigar causas, elaborar e testar hipóteses, formular e resolver problemas e criar soluções (inclusive tecnológicas) com base nos conhecimentos das diferentes áreas.

3 Valorizar e fruir as diversas manifestações artísticas e culturais, das locais às mundiais, e também participar de práticas diversificadas da produção artístico-cultural.

4 Utilizar diferentes linguagens – verbal (oral ou visual-motora, como Libras, e escrita), corporal, visual, sonora e digital –, bem como conhecimentos das linguagens artística, matemática e científica, para se expressar e partilhar informações, experiências, ideias e sentimentos em diferentes contextos e produzir sentidos que levem ao entendimento mútuo.

5 Compreender, utilizar e criar tecnologias digitais de informação e comunicação de forma crítica, significativa, reflexiva e ética nas diversas práticas sociais (incluindo as escolares) para se comunicar, acessar e disseminar informações, produzir conhecimentos, resolver problemas e exercer protagonismo e autoria na vida pessoal e coletiva.

6 Valorizar a diversidade de saberes e vivências culturais e apropriar-se de conhecimentos e experiências que lhe possibilitem entender as relações próprias do mundo do trabalho e fazer escolhas alinhadas ao exercício da cidadania e ao seu projeto de vida, com liberdade, autonomia, consciência crítica e responsabilidade.

7 Argumentar com base em fatos, dados e informações confiáveis, para formular, negociar e defender ideias, pontos de vista e decisões comuns que respeitem e promovam os direitos humanos, a consciência socioambiental e o consumo responsável em âmbito local, regional e global, com posicionamento ético em relação ao cuidado de si mesmo, dos outros e do planeta

8 Conhecer-se, apreciar-se e cuidar de sua saúde física e emocional, compreendendo-se na diversidade humana e reconhecendo suas emoções e as dos outros, com autocrítica e capacidade para lidar com elas.

9 Exercitar a empatia, o diálogo, a resolução de conflitos e a cooperação, fazendose respeitar e promovendo o respeito ao outro e aos direitos humanos, com acolhimento e valorização da diversidade de indivíduos e de grupos sociais, seus saberes, identidades, culturas e potencialidades, sem preconceitos de qualquer natureza.

10 Agir pessoal e coletivamente com autonomia, responsabilidade, flexibilidade, resiliência e determinação, tomando decisões com base em princípios éticos, democráticos, inclusivos, sustentáveis e solidários.[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_column_text]Como inserir as habilidades socioemocionais como intencionalidade na escola?

Em 2013, o Conselho Nacional de Educação encomendou à Unesco um estudo com o objetivo de embasar as políticas públicas no que diz respeito à inserção das habilidades socioemocionais como intencionalidade na educação básica. Neste documento, de minha autoria, além das bases filosóficas e teóricas sobre o tema, foram propostos basicamente dois caminhos (não excludentes) para responder a esse “como”: a) transformar a prática pedagógica do professor no dia a dia de suas aulas; b) inserir no currículo um “espaço-tempo” dedicado ao desenvolvimento socioemocional dos estudantes.

O professor é o principal protagonista na efetivação das transformações da escola: é ele quem configura a cena pedagógica; é ele quem oferece modelos, com suas atitudes e ações, para o aluno vincular-se com os objetos do conhecimento, consigo mesmo, com os colegas, com os adultos do contexto escolar.

É preciso investir na formação do professor. Como ele vai promover o desenvolvimento de habilidades socioemocionais nos alunos se ele nunca viveu experiências educacionais com esse objetivo? Como ele poderá reintegrar razão e emoção no ensino de qualquer objeto do conhecimento sem que tenha modelos que lhe demonstrem como é possível viabilizar esse tipo de fazer pedagógico?

Antes de mais nada, é preciso que o professor tome consciência dos paradigmas que sustentam as suas ações e das possibilidades que são abertas pelas novas concepções de aprendizagem, de ensino, de conhecimento, de desenvolvimento humano. É preciso que ele vivencie situações significativas e reflita sobre elas, para que possa transpor suas próprias aprendizagens para a prática da sala de aula. Seus estudos teóricos devem trazer apoio para que possa contemplar, no seu planejamento, as diferentes inteligências e capacidades de seus alunos, utilizando técnicas de mediação, metáforas, jogos e outros recursos que organizam cenas pedagógicas em que emoção e razão comparecem de maneira imbricada na construção do conhecimento.

Em relação à inserção de uma “disciplina” na grade curricular para contemplar as habilidades socioemocionais, é preciso tomar muito cuidado: desenvolver a capacidade de lidar com a emoção e com as relações sociais é como andar de bicicleta: não adianta um estudo teórico! Só se aprende a andar de bicicleta andando de bicicleta! É preciso estruturar atividades significativas para serem vivenciadas e, a partir das experiências concretas e refletidas, amadurecer as habilidades pessoais e transpor o aprendido para os desafios do dia a dia. Jogos são recursos excepcionais para esse fim, uma vez que congregam a leveza de ser uma brincadeira junto com a intensidade das relações humanas que ali se estabelecem.

Para encerrar, vejo com muito otimismo o momento que vivemos. Acredito que temos ainda um longo caminho pela frente, que será cheio de alegrias e dores, de sucessos e fracassos, como toda nova construção. Mas por outro lado, somos nós, a nossa geração de educadores, os principais protagonistas dessas transformações. Vamos encarar?[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_empty_space][vc_column_text]A AUTORA * Anita Lilian Zuppo Abed é consultora da Unesco e psicopedagoga[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row]