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A educação antirracista é o único caminho
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[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_single_image image=”10014″ img_size=”large” alignment=”center”][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Nas palavras da doutora em educação Cléa Maria Ferreira, a única forma possível de falar em um futuro educacional é se ele for comprometido com as práticas antirracistas. “E creio que estamos caminhando muito timidamente na direção desse objetivo, embora reconheça a ampliação do debate público sobre a questão e um maior interesse em compreender melhor os desafios envolvidos e as possibilidades de atuação para superá-los”, diz.
Os desafios para a implementação de uma formação étnico-racial no país são profundos. Ferreira acredita que o primeiro deles está no reconhecimento de que a sociedade é profundamente marcada pelas desigualdades raciais – e que isso se reflete de maneira contundente nos contextos educacionais mais variados. Nesse âmbito estão desde a diferença de representação dos grupos populacionais negros nas posições de liderança no setor público, até a discrepância de aprendizagem entre crianças negras e não negras.
“Inclusive, ousaria dizer que parte do problema começa com a inexistência de um censo robusto que viabilize a produção de um retrato fidedigno dos diferentes grupos raciais na educação”, explica, relatando que já houve campanha do Inep para ampliar o preenchimento do campo cor/raça no Censo Escolar em 2015, mas ainda existe um contingente de profissionais da educação, bem como familiares e estudantes, que não efetuam esse registro no material, embora o campo seja obrigatório e tenha sido incluído desde 2005.
DIFICULDADES NA APLICAÇÃO DA LEI
Apesar da existência, há quase vinte anos, da Lei 10.639, de 2003, que trata do ensino da história e cultura afro-brasileira e africana, ressaltando a importância da cultura negra na formação da sociedade brasileira, as escolas no país têm dificuldades em cumprir a medida.
“Penso que o maior desafio é a formação de educadores, seja ela inicial ou continuada. E incluo os gestores da secretaria e escolares nesse rol”, aponta a doutora em educação.
Para ela, é muito recente – e parcial – o reconhecimento da existência do racismo estrutural e seus efeitos nos processos de ensino e aprendizagem. Isso fez com que houvesse muita resistência na revisão dos processos de formação de educadores, bem como dos materiais que dão suporte à sua prática, como livros didáticos, por exemplo.
Ao contrário, salienta: muitos desses dispositivos, quando não inviabilizam esses grupos minorizados e os conhecimentos produzidos por eles, reforçam estereótipos e estigmas sobre eles.
“Na minha tese discuto os desafios e possibilidades para as travessias necessárias: a caminhada ainda é longa, mas os primeiros e fundamentais passos já estão sendo dados por muitos educadores e organizações comprometidas com essa pauta”, explica. Na sua opinião, nesse trajeto é preciso eliminar as iniquidades presentes no contexto educacional, como condição para a formação de uma nação verdadeiramente democrática. [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]