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ACOLHIMENTO
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Um lugar bom para todas as pessoas
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Diversidade, neurodiversidade e inclusão como pilares fundamentais para a existência de uma escola do futuro
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[/vc_column_text][vc_empty_space][/vc_column][/vc_row][vc_row][vc_column][vc_column_text]Em meados de abril, o colunista da Folha de S.Paulo Jairo Marques relembrou um fato que comoveu pessoas no mundo inteiro, no ano de 2016: a emoção de um garoto autista e seu pai, na cidade do México, sensibilizados enquanto a banda de rock Coldplay tocava a música Fix You (título que, ironicamente, pode ser traduzido como te consertar).
Cadeirante e especialista em jornalismo social, diversidade e inclusão, Marques conta que, numa passagem recente pelos palcos mexicanos, os integrantes da banda reconheceram o impacto do vídeo e convidaram o hoje adolescente para o palco, para ser ovacionado.
Esse não é um caso isolado. O jornalista ressalta que a banda, uma das mais populares do planeta, coleciona atitudes e incentivos pela inclusão.
Diante do cenário, fica a reflexão sobre como fazer um mundo melhor para todos os seres humanos, com suas particularidades – inclusive no momento tão especial na vida de cada indivíduo, que é a escola.
“A educação está em constante movimento e as mudanças são necessárias para reorganizar e ressignificar nossas práticas”, ressalta a coordenadora pedagógica do Atendimento Educacional Especializado (AEE) do Instituto Jô Clemente (IJC), Yara Leandro dos Santos. “É preciso acompanhar os avanços tecnológicos para garantir um movimento que fortaleça a relação dos estudantes com o prazer de estudar, e pesquisar sobre as suas áreas de interesse”, diz.
CUMPRIMENTO DA LEI
As normas que definem o acolhimento não fazem parte de regras específicas a cada situação, mas à própria Constituição Federal, de 1988. O artigo 208, inciso III, do documento, prescreve que: “O dever do Estado com a educação será efetivado mediante a garantia de: (…) atendimento educacional especializado aos portadores de deficiência, preferencialmente na rede regular de ensino”.
Além da questão teórica, é preciso ver, na prática, ações nas instituições escolares que garantam o cumprimento da lei, de forma universal. Se faz necessário ir além das premissas burocráticas, mas assumir uma conduta que siga em direção a uma mudança de cultura.
A headhunter internacional Erica Castelo observa que essa alteração do mindset já pode ser visualizada em outros segmentos da sociedade, como o mundo corporativo. “O próximo passo importante para as organizações que realmente querem mudanças mais profundas é transformar sua cultura para inspirar, permitir e encorajar tanto a diversidade como a inclusão”, escreve.
Em artigo publicado na plataforma Conteúdo Aberto (http://conteudoaberto.ftd.com.br), a especialista em recursos humanos ainda ressalta que esse processo não tem gerado resultados satisfatórios quando feito de maneira engessada, como uma política mandatória, mas sim através de alterações profundas na forma de conduzir as atividades, com exemplos concretos de renovação. “A Coca-Cola, que na América do Norte passou de uma companhia marcada por um processo milionário em 2000 envolvendo um caso de preconceito, para uma empresa, em 2016, passou a contar um dos maiores índices de representação de mulheres negras em cargos de VP e C-level”, cita.
Diversidade cultural, étnica, biológica, social, entre outras. São muitas as vertentes que devem ser compreendidas pelo modelo do processo educativo. A revista Mundo Escolar traz aqui impressões de uma pequena fatia dessa realidade, para mostrar vivências práticas nos bancos escolares do país.
NEURODIVERSIDADE
Desde o final de 2019, a antiga Apae-SP mudou de nome. A nomenclatura que acompanhava o órgão desde sua fundação, em 1961, passou a ser Instituto Jô Clemente, em homenagem à sua idealizadora.
Santos explica que o conceito de neurodiversidade refere-se às diferenças entre as capacidades de aprender, o funcionamento neurológico e do intelecto – “isso nos leva a entender que a deficiência intelectual, autismo e as altas habilidades não são doenças e não podem ser curados”, pontua.
São condições em que o sujeito e a sociedade precisam desenvolver habilidades específicas de convívio, aprendizado e desenvolvimento. “As pessoas são e vivenciam experiências e oportunidades distintas e essas percepções podem fazer a diferença para respeitar a diversidade dentro de um contexto”, prossegue.
A especialista analisa que, considerando toda a história, é possível apontar alguns avanços na forma como a educação encara o tema da neurodiversidade, como, por exemplo, a formação continuada dos professores e as discussões voltadas à diversidade. No entanto, salienta que nem todas as escolas estão bem estruturadas quanto à acessibilidade arquitetônica, recursos tecnológicos e recursos humanos para atender a essas demandas. “Nosso modelo educacional ainda não favorece a plena inclusão e o aprendizado de todos os alunos”, diz.
DISLEXIA: DIAGNÓSTICO E FERRAMENTAS
A falta de mecanismos para diagnosticar o cenário, a dificuldade na formação de professores para esses contextos e a estruturação da rede pública de saúde para o devido acompanhamento estão entre as dificuldades na promoção de uma educação mais inclusiva para crianças e adolescentes com transtornos específicos de aprendizagem, como a dislexia e discalculia.
A dislexia é o transtorno que interfere no aprendizado da leitura, enquanto a discalculia está relacionada às dificuldades com números.
“O diagnóstico da dislexia provoca dois impactos diretos nas famílias: emocional e financeiro”, explica Juliana Amorina, presidente do Instituto ABCD, que se dedica a fornecer conhecimento para brasileiros com o transtorno. No aspecto emocional, o órgão promoveu estudos que mostram que 80% dos grupos familiares que convivem com esse diagnóstico relataram ansiedade, baixa autoestima e tristeza. “No campo financeiro, informações mostram que a identificação do transtorno chega de forma particular e não pelo Sistema Único de Saúde (SUS), sob um investimento médio de R$ 2 mil”, aponta. O instituto e grupos de pais de alunos com transtornos de neurodesenvolvimento aguardam pelos efeitos da lei 14.254, sancionada em novembro de 2021, que prevê identificação precoce, encaminhamento de educandos – com dislexia, transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH) ou outro transtorno de aprendizagem – para diagnóstico e apoio educacional na rede de ensino, além de apoio terapêutico especializado na rede de saúde.
UM FUTURO MAIS INCLUSIVO
Para a presidente do Instituto ABCD, é preciso um olhar atento do professor, focado na criança, para identificar os alertas para um possível diagnóstico da dislexia, mas também propiciar atividades específicas para não deixar esse estudante sem estímulo. “Oferecer tarefas diferenciadas é importante pois, se for persistente, é preciso chamar a família, conversar e promover o encaminhamento para a unidade básica de saúde”, enumera.
A coordenadora do Instituto Jô Clemente reforça que é preciso conviver para entender as diferenças e vivenciar situações desafiadoras para conseguir enxergar as mudanças necessárias.
“A inclusão das pessoas em todos os espaços sociais é de extrema importância e urgência para o mundo ser um lugar bom para todas as pessoas”, conclui. [/vc_column_text][/vc_column][/vc_row]